domingo, 7 de agosto de 2016

Sarrada



As mãos firmes, fim de tarde
agarram o short jeans cheio de carne
fazendo uma pressão contra a pelve

As mãos no short jeans, cheias de sede
faziam contrações nada leves
somando-se umas caras excitadas, quentes

As mãos, as pelves,
línguas deslizando fortemente
e tudo pressionando, latejando numa tara
você devia ver a minha cara, baby

atrito, tensão, dentro da minha emoção
desejos expelidos pra'lém da dimensão

desfile do seu bloco, saída do armário
consumo total sem pudor

e o seu fogo que a tudo queimou
eu vou, com você, eu vou,
mas sarrou, nem me chamou.

eu-pavor-tesão
E como sentir algum chão?

Tudo junto, verão,
nem me levou pela mão

achei que fosse exceção
era tod'uma ereção

e era todo mundo amigo
não havia a menor intenção

Pra dentro ou pra fora das bocas,
seu ritmo, sua contração,

salivas, cabelos, pescoços
gemidos, uma coisa louca

suspiros que eu ainda ouço
eu fora, na constatação

no juri, 10 pra sarração

horror, que ainda te quero
volúpia, sarrada que invejo

E o falo tão longe de mim
me fez sentir fricção

o peito dentro da sua mão
a bunda, o beijo, o tesão
terror-pavor-excitação.

gozada, sarrada fatal
viveu e ainda esqueceu

só lembra quem ali gozou
com o pau que não era meu

deu pra todo mundo ali
sentiu  todo mundo ali

menos eu
menos eu
menos eu

inda digo, foi graças a Deus.


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