Colorindo a Rima
O conteúdo deste blog é de autoria de Fernanda Toscano Bloise.
quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024
12 anos Renascendo
domingo, 7 de janeiro de 2024
Diario de Luto 2024
Tem partido
tanta gente
o fim precoce
bate à minha porta
e me contorce
eu li a mensagem
antes de decidir
se eu queria ou não saber
todo detalhe sórdido
que agrava o luto
e faz roer
Tantas dores
tanta gente morta
A doença agressiva que
repentinamente morde,
engole e não assopra.
Levam mais um de nós
e deixa todo resto na cova.
Apaga a luz na outra casa
e minha alma sente o breu .
Perco o caminho na estrada,
porque isso aconteceu?
Tanta tristeza
sem saber porque
Até o celular acender, dizendo:
O capitalismo venceu!
E levou junto o PC.
tanto vazio
tanta dor
sem imaginar
meu tio indo embora
e levando com ele
quem não tinha mais
amor pra dar
uma mulher, uma mãe e seu amigo
não importou o clamor
dos que ficaram em perigo
Tanto peso
tanto desprezo
e a gente sem compreender
Porque andar de bike
(sendo mulher)
pode, sim,
matar você.
Se não bastasse a fome
as guerras e as desigualdades
Se não morressem já milhões
por ódio e por maldade
se não fosse embora tanta gente
precocemente sem ter visto a felicidade
ainda joga-se fora
a vida
dos que fariam a diferença
de verdade.
sábado, 11 de novembro de 2023
Dentro da minha oração
A guerra me queima
Sinto a morte invadir o peito
Sofrimento queimando o coração
Todo dia, alta noite
A sombra me encontra
Ouço o desespero num choro
Um buraco na existência
A vida em contramão
Toda noite
Tento ter paciência
Por no meu colo esse povo
abandonado à destruição
Toda noite
Orfãos e mães sem seus filhos
Dormem em segurança comigo
Dentro da minha oração
terça-feira, 24 de outubro de 2023
Cocô de Cachorro
Cocô de Cachorro
Que merda!!
Você fez de novo!
Brigou comigo
Bateu no cachorro
Que merda!!!
Durezas em dobro
Gritando os excessos
Escutando pouco
Que merda
Tão inflexível
Querendo melhoras
Acabou comigo
Que merda
É guerra aqui dentro
Palavras, Venenos
Tanto bombardeio
Que merda
Ter que engolir
Gatilhos da infância
Em toda essa merda
Escarrada
em mim
Que merda
Com a alma doendo
Achar esperança
Na merda fedendo
Que merda
Ninguém tá vendo
Essa chinelada
De merda fervendo .
quinta-feira, 29 de junho de 2023
terça-feira, 27 de junho de 2023
Aroma Clichê
Querer
e não fazer
Pra me proteger
renego meu eu
e você
Desisto
de ver
E ter
momentos a sós
com outros de nós
nem que fosse na TV
Sem
a censura
que impõe
o bom-senso,
Invento alguém que me esquece
Viver até parece
só sentir na prece
Aquilo que a gente merece
Gargalha alto
e esquece
Todo triturar que o dia te fez
Na boca do amor,
um aroma clichê
Mastiga, sente o doce
cospe e te esquece
e nem se despede de você
Pra sofrer
sem o seu bem-viver
depois que o sol se pôs
Eu não vejo mais você
quarta-feira, 7 de junho de 2023
O que diria Beyoncé ?
Quando o raio
dos quereres
Desmorona
Minha cabeça Chora
Pensamentos e memórias
Quem te afasta
De nós dois
O você de agora
ou de depois ?
A carne
Nefasta do boi
comemos agora
Quem vai nos comer depois?
Quando o raio do querer
Quer me acertar
Nunca
quase nunca
no
teus
planos
eu tô lá
07/06/23
quinta-feira, 25 de junho de 2020
Pra vizinha
Minha mãe
Manda nos correios
Vem retirar
Montou demais
Faltou erva
Deu errado
Refaz
Troca tudo
Muda a receita
Acrescenta
Doce demais
Muito amargo
Gosto de pneu
Faz o que com saquinho separado?
Pode cúrcuma no lugar do gengibre?
Esqueceu fora da geladeira
Azedou
Ferveu demais
Já era ruim
Ficou pior
Não pode ser.
O santo não deixa a canela
Mas pode mandar as cigarras
Quem disse que vai pedra?
E o reino vegetal
Animal
E Mineral
Benza Deus
Credo cruz
Que chá ruim
Mas é tão bom
Para coluna
Pro encosto
Pra insônia
Livrou o trauma
Renasceu
Segurou barriga
Parou sangramento
Fez parir
Curou anemia
O cisto
A gastrite
O ex
A sogra
Ajeitou o atual
Deu força pra separar
Pra casar
Pra morar só
Tudo isso num chá
Combinando algumas gramas do ingrediente escolhido
Cabum!
Fez a magia
Disciplina
E alquimia
Sigo no mundo das ervas
E um dia viro semente
Se der sorte
Vou embalada
E agora carimbada
Pra panela de vocês.
#colorindoarima
#fitoterapiachinesa
#medicinatradicionalchinesa
#mtc #fitoterapia
#ervasmedicinais
quarta-feira, 10 de outubro de 2018
Afônica
domingo, 18 de março de 2018
Redonda
carreguei no ventre
um filhote de coruja
o dom da sabedoria
no mar dos sentimentos
sensações, enraizar
de quando andei
re
don
da
terça-feira, 16 de janeiro de 2018
Limites
segunda-feira, 27 de novembro de 2017
Exposta
quarta-feira, 18 de outubro de 2017
É pra torar
Hoje estive pensando que se eu estivesse em Recife a imagem mais completa do ser mãe seria essa expressão: É pra torar.
Esse alguém com o melhor abraço do mundo. (Piegas, né? Mas ser mãe é meio isso, pode se acostumar)
Entre novas posições de dormir e um amamentar que, às vezes, dura o passar de horas e horas, me quebro pra me reconstruir.
Tenho compreendido cada vez mais a dualidade das forças do universo sendo manifestadas em tudo
Estou tão feliz por poder enxergar
Mamãe
Faz um tempo que eu, esse ser hibrido entre o cansaço e preocupação, não pausa um pouco a loucura cotidiana de ter uma recém-nascida em casa, para poder escrever.
Escrever pra mim mesma, um pouco de visão própria sobre isso tudo que anda acontecendo desde o dia 09 de abril, quando me descobri grávida.
Já estavamos ali com 4 meses e, 3 meses depois, estaria parindo, sozinha, dentro de um hospital após 7 dias de internação.
Eu, esse ser hibrido que teve sua cria internada por 63 dias neste mesmo hospital.
Que ia e vinha todo santo dia pra casa sem a neném, abrindo fissuras incalculáveis dentro da alma.
Juro que tentei segurar a onda entre tanta gente que me alertava: A criança sente tudo, seja grata pela vida."
Mas por quantas vezes acordei de madrugada procurando minha filha seguida da lembrança "aliviada" de que ela estava no hospital.
Quantas vezes vim catártica, dentro do vagão já tarde da noite, depois de horas ensaiando o vir embora, inconformada por estar separada daquela parte tão sensível de mim.
Claro que minha filha precisava de mim, mas quase 20 dias depois dela nascer, quando pude enfim segurá-la no colo, foi que compreendi que o vazio que eu sentia na alma, era pelo fato dela estar aqui do lado de fora, longe do meu corpo.
Por esse mesmo motivo é que, entre dores e desconfortos, mantive a produção de leite por quase 30 dias antes dela mamar pela primeira vez.
Retirar o leite de 3h em 3h era um ritual que me preparava pro meu encontro com ela e que, até hoje, me alivia das angustias da alma.
Amamentar é um descarrego de qualquer ansiedade, do que quero que aconteça no mundo.
Amamentar é o compartilhar de uma energia que sempre borbulhou em mim sem vazão.
E ela suga, suga como quem tem sede do mundo.
Talvez eu ainda me debruce por muitas vezes sobre tantos temas desse processo intenso pelo qual tenho passado.
O que me incomoda agora, véspera dos 3 meses da minha filha, quase a mesma quantidade de tempo que ela passou dentro da minha barriga de forma oficial é o fato de que nunca estamos totalmente preparados pra nada.
Eu que desejei mais do que tudo esta gravidez, que fiz terapia, acompanhamento medico, físico, psicológico, me sinto um bebê frágil tendo de cuidar e amparar outro bebê.
Antes de me saber grávida eu era uma busca pra entender o que estava acontecendo com meu emocional, com meu espirito e com meu corpo.
Parando pra pensar, processo bem parecido com o que vivo agora.
Existe uma relação, assim nao tão nitida, mas que interfere em todos os meus corpos, materiais ou imateriais com esse novo ser.
SIM, fizemos diversas leituras que nos explicam essa ligação sob inúmeros pontos de vista, mas sinceramente, esse ponto de vista que é somente meu grita aqui dentro como a cólica que minha filha sente a mais de uma semana.
Coisa de entranha e que tambem vi em sua concretude na diarreia que me pegou de jeitoi hoje ao meio dia.
Sensação essa que me põe abaixo, me desconstrói pra me remoldar totalmente nova.
Claro que o puerpério muda totalmente uma mulher.
Claro.
Mas no meu caso, sinto como se tivesse que ter passado por uma grande batalha após uma cirurgia profunda. Sim, a cesárea que salvou minha filha, me cortou literalmente ao meio, também corpo,
alma e espirito como um ferimento de guerra com sua dor física e trauma de batalha.
E, depois de tudo isso, sob a responsabilidade de engordar uma criança de 1kg180gramas, engordamos todas numa jornada que incluía comer, longe de casa, calorias desconhecidas para o metabolismo do meu corpo.
Me olho no espelho e não me reconheço.
O clima fica pesado.
Minhas amigas me pedem pra focar nas novas curvas de ,mulher que acolhe e provém a vida.
Me engrandeço
Cabelo, ombros, ´seios, braços e bochechas acrescidas de carne, uma marca de cesárea e roupas que não sei mais onde procurar.
Logo hoje, que teríamos uma sessão de fotos relacionadas ao meu trabalho com cura e energia.
Me vi pálida, pós noite mal-dormida, pós-dias e dias de neném grudado no peito, chorando de cólica, e pós-diarréia que me levou o fim das forças.
Logo hoje que não consegui engatar um assunto sequer após o outro. Que me vi muda com minha filha no colo enquanto analisava fotos num tela que parecia expor toda fragilidade vivida nos últimos meses.
E o que eu mais queria agora, longe de ser eu mesma de volta, era apenas que minha filha voltasse a dormir tranquila após as mamadas.
Queria poder voltar a dormir em posição fetal sem que meus peitos ardessem mais do que o normal
pelo bebe estar mamando a mais pra aliviar a dor e se reconfortar.
Minhas amigas que também são mães me afagam dizendo que essa fase passa, assim como passaram os dias de hospital e assim como vai passar esse período tão fofo do bebê.
É preciso aproveitar tudo então, não é mesmo?
A dor, a delícia e esse processo tão devastador que é renascer mãe de um novo ser.
Tá sendo pesado o bastante pra me fazer desesperar em diversos momentos, mas juro: Não trocaria essa experiência única por nenhum grande trabalho em qualquer parte do mundo.
Existem lugares internos de descoberta de uma força só acessadas agora, de profundo amor e conexão com o que existe de mais sagrado no universo só possíveis depois que minha filha nasceu.
É sabido que não precisa doer tanto pra alicerçar uma nova vida, mas creio que quando se trata de ser mãe a dor é inevitável pra atingirmos os estados mais sagrados de beleza.
E talvez esse novo corpo que carrega meu espírito seja mesmo muito diferente do que eu fui durante toda minha vida, mas agora entendo que amparar um novo ser exige mesmo uma nova carcaça.
Vamos nos reconstruindo.
quinta-feira, 29 de junho de 2017
Distorção
Tem dia que tá tudo distorcido.
Uma visão mais ampla do nada.
Tem dia de curtos caminhos
Velhas distâncias
Perfeitas moradas
Rotinas e constâncias assim sendo arruinadas
Tem dia que só tem vez o que vem do outro lado de um mundo.
O mundo que se vive de lá de dentro de uma água.
A água dos sentidos
Sementes e fluidos
Da força armazenada
Tem dia que não adianta:
O raio é certeiro
E o ritmo é denso
Andar pela calçada é uma aventura anunciada
Acender aquela lâmpada
Amor em assonância
Entendendo: a vida é sabia
Precisa se fazer um tão pouco
Precisa se fazer quase nada
Ela por si só acha a hora em que chega e que adentra.
Acha a hora em que arrasa.
Eita vida danada!
Pôr do Sol
Pensar no inverno como um longo pôr do sol.
Essa parte do ano onde toda a potência de energia, que brilha assim como o sol, que faz nosso corpo se aquecer e funcionar, se recolhe.
Pensar nessa fase do ano como um se resguardar.
Um poupar daquilo que brilha, daquilo que nos revigora e tem valor.
Inverno do iluminar por dentro.
Assim como ursos que hibernam.
Árvores que, já secas, concentram lá dentro sua seiva que irromperá em flores e frutos logo mais.
Inverno da chama que aquece os sonhos que vão brotar já adiante.
Inverno pra gente se ter e nada mais.
Inverno pra se preparar.
Recarregar das baterias.
Ter paciência, esclarecer a consciência com essa pausa que o mundo necessita.
Amanhã, com toda certeza, nosso sol volta a brilhar.
Do recolhimento ao apogeu, a gente chega lá.
Isso é filosofia Taoista, sabedoria milenar.
segunda-feira, 12 de junho de 2017
Parabéns!
É disso que viemos falar.
sábado, 3 de junho de 2017
Botão
mais do que a abertura da Flor
mais do que a promessa da cor
Hoje interessa a nuance
O tangível
Em tudo vejo
Aquilo que for
tem valor
quarta-feira, 17 de maio de 2017
Uma vez por semana
Uma vez por semana
Crise de ciúme e o gato mija onde não deve,
A caixa d'agua vaza no teto do banheiro,
Dilúvios inexplicáveis me rondam
Uma vez por semana como fora, algo quase que por luxo, desejos que nunca senti
Uma vez por semana ficar de calcinha na laje
Visitas ao vivo
Crises de Saudade
Uma rima, um desenho me invadem, me lembro de onde é que eu vim
Uma vez por semana eu tropeço e acho que vou cair de bruços,
Faço enfim uma manobra bem feita na yoga e sinto a vida nos quadris
Uma vez por semana tiro o dia pra ver séries até me esquecer onde estou, até me lembrar do país
Uma vez por semana como a linguiça da feijoada
Ou escolho linguiça no self-service pra comer com limão espremido em cima
Uma vez por semana um chilique com algo que ouvi,
Sessão com os amigos
Terapia bem longe daqui
Um vez por semana
Mercado, cartão de crédito,
E as coisas pra poder parir
Uma vez por semana acho que vou morrer sozinha
Uma vez por semana um pano na sala
Água na área de serviço e a casa só minha
Uma vez por semana me sinto engraçada
Uma vez por semana eu finjo que fui,
eu tenho que ir
segunda-feira, 20 de março de 2017
domingo, 12 de março de 2017
Eterno começar do zero
A sombra que irrompe
de todo conceito ideal
O discurso não ouço
Por um rosto bonito demais
que é dos outros
que é dos outros